Já imaginou o que se passa na cabeça de uma pessoa? A Pixar fez e respondeu a esta pergunta. Sim, eles imaginaram e como de costume fizeram uma obra prima da animação. A trama se passa quase toda na cabeça da garotinha Riley e os personagens principais são suas emoções (Nojinho, Raiva, Medo, Alegria e Tristeza). Ao se mudar de uma cidadezinha pequena para a cidade grande Riley e suas emoções passam a se comportar de forma diferente, não aceitando muito bem a mudança tão brusca, sem amigos e com a família passando por problemas a menina vai ficando cada vez mais deprimida. Cabe então à Alegria a missão de resgatar a felicidade na vida da garotinha, porém após Tristeza acabar transformando algumas emoções alegres em tristes as duas acabam indo parar num labirinto cheio de "memórias de longo prazo", porém com um agravante, elas estão com as memórias base de Riley, as memórias que moldam a personalidade da garotinha fazendo com que ela seja, bom, ela mesma. No labirinto Tristeza e Alegria se juntam para tentar voltar ao Quartel General e recolocar as memórias base em seu devido lugar, contudo uma série de acontecimentos acaba atrasando as mesmas e Riley vai perdendo sua identidade.
A genialidade do filme começa a aparecer de forma mais incisiva neste ponto, é onde as coisas vão começando a se encaixar e serem trazidas para a realidade, como por exemplo os "mentalúrgicos" que são responsáveis por uma série de tarefas, como, por exemplo, limpar as prateleiras de memórias, eliminando as memórias inúteis (ou as que eles imaginam serem inúteis), ou levar pensamentos para o Quartel General. Uma aula de psicologia nos é dada de uma forma leve e bastante divertida (foi mal o trocadilho), alguns aspectos de nossa cabeça são destrinchados de uma forma magnífica, como o "poço do esquecimento" onde as memórias inúteis (ou não) são jogadas para serem esquecidas (Ah vá, é mesmo?). Este é um dos vários momentos do filme em que trazemos a ficção para a realidade, pois o que é mais natural em nossa mente do que o esquecimento? Aulas, conversas, pessoas e uma infinidade de coisas que acabamos nos esquecendo. Está tudo ali, documentado e exposto diante de nossos olhos.
A "fábrica de sonhos" também é algo interessante, lá os "mentalúrgicos" são atores que interpretam pessoas da vida real e ganham aparência de humanos com uma ajudinha do "filtro de realidade". Outro ponto a ser lembrado no filme é o subconsciente, que segundo o filme é o lugar pra onde vai "quem causa problemas", mais uma lição de psicologia passada pelo filme. Quer algo mais comum do que bloquear memórias e/ou coisas que nos façam mal? Lá encontramos um palhaço, o terrível aspirador de pó da vovó e a monstruosa escada que dá acesso ao porão, todos medos infantis que na maior parte das vezes escondemos.
Como trata-se de um filme da Pixar, a emoção não poderia ficar de fora (até porque é um filme que fala sobre elas), e ela está muito presente, a catarse ocorre quando Alegria percebe que não podemos apenas possuir memórias alegres, diferentes emoções são necessárias já que elas moldam as pessoas e trazem diferentes outras emoções com elas. Da tristeza podemos extrair alegria, do medo podemos extrair raiva e assim por diante, e não bastasse a catarse a Pixar faz isso de um modo que nos trás lágrimas aos olhos.
Divertida Mente é muito mais do que um filme para crianças, é um filme para a família, porém com uma complexidade e ao mesmo tempo com uma simplicidade impressionante, ideal para adultos e crianças já que ambos conseguem extrair o que há de melhor no longa. A Pixar voltou, e não bastasse isso, ela voltou com um de seus melhores filmes até hoje!
Nota: 10,0 (Excelente)
Por: Gustavo Lopes
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