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Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 - Avaliação

A espera por alguém ou alguma coisa pode influenciar bastante, algo pequeno pode se tornar grande, e algo grande pode se tornar em algo maior. Quando o assunto é um filme a espera segue o mesmo padrão, porém dificilmente um filme pequeno conseguirá ser esperado por alguém, o problema disso tudo é que as vezes nós podemos esperar algo maior do que ele realmente é, e aquilo que é grandioso pode acabar ficando pequeno em relação à expectativa. Com Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 isso acontece, o filme é grande, o filme é contagiante, o filme é inteligente, mas quiseram colocar ele em um patamar alto demais, quiseram colocar ele como um filme épico. E o grande problema de um filme épico é que se ele decepcionar, a decepção também assume proporções épicas.


O público em geral pareceu não se importar com um filme até certo ponto monótono, eles se deixaram embalar e se deixaram levar, menos mal, a saga não merecia sofrer mesmo. Jogos Vorazes era uma saga extremamente revolucionária e inteligente, os conceitos de revolta e revolução eram notáveis o conceito de "O povo tem o poder" era notório e lamentavelmente o terceiro filme da saga perdeu um pouco disso. Curiosamente esse era o filme que deveria de verdade retratar a revolução, contudo ela se perdeu em um mar de explicações e obviedades.


Poucas foram as cenas "Uau" do filme, nisso ele se diferenciou dos anteriores, seus antecessores entusiasmavam mais, talvez pelo risco dos jogos, a morte eminente, as estratégias de sobrevivência e etc. Já o filme atual contém pouco ou quase nada de risco real para a personagem principal. Katniss deixa de ser a guerreira e passa a ser o Tordo da revolução, passa a ser uma garota propaganda do Distrito 13 e da revolução, enquanto isso Peeta é o garoto propaganda da Capital (forçado é claro). Algo a ser elogiado no filme são as atuações, Jennifer lawrence incontestável novamente, Josh Hutcherson vai bem nas poucas cenas que aparece, Phillip Seymour Hoffman aparece muito e sempre bem também, Liam Hemsworth ganha mais espaço e não decepciona. Outro ponto forte do filme é o contraste entre os dois lados, de um lado a Capital de direita, capitalista e ditatorial, do outro lado o Distrito 13 de esquerda, comunista, democrático e revolucionário, este foi um ponto louvável do filme.


E é exatamente por este ponto louvável que o filme não conseguiu ser melhor, os ideais e conceitos estavam lá, mas foram mal aproveitados, não conseguiram fazer a revolução, não conseguiram ascender a chama da esperança nos corações do público. Os discursos eram vazios, sem emoção, totalmente frios e de certo modo até sem sentido as vezes. A enrolação acabou por roubar a cena da revolução. A notícia boa é que se enrolaram neste filme, no próximo só devemos ter a verdadeira revolução acontecendo já que neste filme podemos dizer que tivemos uma espécie de prelúdio de revolução.

Nota: 7,5 (Bom)

Por: Gustavo Lopes
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